terça-feira, 26 de agosto de 2008

Alfabetização e Letramento

Os vários estudiosos sobre a alfabetização definem o tema de acordo com a visão de cada época. Assim, transformações sociais, econômicas e tecnológicas, exigiram mudanças no conceito de alfabetização.
Do simples objetivo de desenvolver a habilidade de ler e escrever, num processo mecânico de codificação do oral (para escrever) e de decodificação da escrita (para ler) restrito a situação da sala de aula, passa a ser concebido como processo permanente de interpretação e produção de sentido, capaz de desenvolver funções cognitivas que possibilitem a consciência crítica da pessoa para o pleno exercício da cidadania, assumindo uma dimensão política e social.

O conceito de letramento é recente, freqüente na bibliografia acadêmica e de uso quase que exclusimamente de pesquisadores. Portanto, devido sua dimensão social, não está pronto e acabado. Segundo Magda Soares, surge do reconhecimento de que o conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório e da necessidade de uma alfabetização mais inclusiva e abrangente. Assim letramento é: "o que as pessoas fazem com as habilidades de leitura e escrita, em um contexto específico, e como essas habilidades se relacionam com as necessidades, os valores e as práticas sociais.

Apesar de alfabetização e letramento serem dois conceitos distintos o importante é que nos anos de escolarização se complementem, num processo de sedução para o mundo das letras, formando uma nova prática pedagógica, principalmente no trabalho com as camadas populares que não convivem com material escrito. Dessa forma, alfabetizar letrando significa orientar a criança para o domínio da técnica da leitura e da escrita, ou seja, ao processo da leitura e escrita imprescindível para sua entrada no mundo da escrita e "empoderá-la" (dar-lhe o poder) do hábito e competências na utilização dos diferentes gêneros textuais em diferentes suportes, portadores, contextos e circunstância, para o pleno exercício da cidadania.

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